Francisco Plácido Henriques - Gráfico paraibano

Nasceu em Pombal (PB), em 1946. Filho de padeiro e dona de casa, começou cedo a trabalhar. Mudou-se para Fortaleza e depois Jequié, onde aprendeu a trabalhar em gráfica. Em 1969, veio para São Paulo, onde mora atualmente.

"Ali por volta de 1960, eu deixei a minha cidade de Pombal, na Paraíba, e fui morar na casa de uma amiga de minha mãe em Fortaleza. Lá eu trabalhei numa fábrica de tecidos e, depois de uns dois anos, me mudei para Jequié, na Bahia, onde dei os meus primeiros passos no ofício de gráfico.

Na época em que eu comecei a trabalhar, o papel era importado, mas com o tempo foi entrando a fabricação do papel nacional, e realmente eu não senti diferença nenhuma na qualidade, porque o papel fabricado aqui tinha uma textura tão boa quanto a do que vinha de fora. Já em relação às máquinas, é claro, as de hoje têm muito mais recursos. Depois de trabalhar em Jequié e ter voltado ainda uma outra vez para Fortaleza, eu vim para São Paulo, em 1969. De lá para cá são mais de trinta anos nesse mesmo ofício.

Naquele começo de vida, quando eu voltei de Jequié para Fortaleza, uma vez aconteceu um caso tragicômico. Eu era moço e não tinha ainda grande experiência profissional, mas aconteceu que, logo que eu cheguei, na mesma semana praticamente, surgiu a oportunidade de trabalhar numa gráfica que prestava serviços para a Loteria Estadual. Eu me apresentei e o rapaz de lá perguntou se eu poderia cuidar da área de enumeração de bilhetes de loteria. Eu disse que sim, naturalmente. Ele, então, foi dando as coordenadas, foi explicando e eu fui percebendo que o negócio era mais complicado do que eu pensava, mas eu fiquei quieto, porque estava precisando do emprego. Aí, começado o serviço, o que aconteceu? Eu fiz um monte de bilhetes repetidos. Já no meio da impressão eu me dei conta de que tinha feito uma besteira e eu pensei: seja o que Deus quiser. No fim, felizmente, nenhum daqueles números foi premiado. Foi muita sorte minha e mais sorte ainda do Estado do Ceará, porque o estrago nas contas ia ser feio."

>> Este depoimento é parte integrante da exposição comemorativa dos 50 anos do BNDES, realizada na sede do Banco no Rio de Janeiro. A mostra, organizada pelo Museu da Pessoa, reúne histórias de um grande número de brasileiros que tiveram sua vida transformada pela ação do BNDES.



Outras:
. Raí - Diretor da Fundação Gol de Letra.
. NILDEMAR SECCHES - Ex-Diretor do BNDES
. Isac Zagury - Diretor do BNDES.
. FERNANDO PERRONE, ex-Diretor do BNDES e Sérgio Besserman, presidente do IBGE.
. EDUARDO MODIANO, ex-Presidente do BNDES
. Oscar José Gonçalves - Produtor cultural e Diretor de Artes Cênicas e Música da FUNARJ
. Sérgio Soares de Almeida - Entregador de Pizza na Rocinha (RJ)
. Ricardo Pinto Nogueira - Superintendente Bovespa
. Oldemar Alonso Cordeiro - Ferroviário Aposentado
. Marilda Martins Monteiro - Funcionária Pública aposentada
. Maria Pedroso Marcommim - Agricultora Paranaense
. José Benedeti Marcommim - Agricultor em Santa Terezinha de Itaipu (PR)
. João Bosco - Fotógrafo
. Gezo Rodrigues de Almeida - Produtor rural em Goiás
. Francisco Plácido Henriques - Gráfico paraibano
. Dora Isabel do Araújo Andrade - Fundadora da ONG Edisca
. Ademir Sebastião Longatti - Pároco em Tiradentes (MG)
. Henrique Morelenbaum - Maestro e professor
. Mauro Thibau, Ministro de Minas e Energia no período de 1964 a 1967
. Márcio Fortes - Ex-presidente do BNDES
. Lula Vieira, Publicitário, um dos diretores da V&S Comunicações
. Depoimentos sobre a desestatização
. Eleazar de Carvalho Filho - Presidente do BNDES
. Henrique Lessa - Caminhoneiro
. Rachel de Queiroz - Escritora
. Depoimentos Diversos
Projeto Memória / 1982