Brasil em 50 Anos de História

Veja aqui algumas fotos da exposição.

Sonia Araripe
 
Mesmo quem nunca viajou nas asas da Panair ou só  leu nos livros de História sobre a experiência fracassada da Transamazônica tem  bons motivos para visitar o passado recente brasileiro. Uma exposição que acaba  de ser lançada no Rio de Janeiro é uma oportunidade para pensar sobre o que deu  e o que não deu certo na economia nacional nos últimos 50 anos.
 
"Não temos um público-alvo definido. Tanto podem  ser estudantes como pesquisadores, economistas e o público em geral, saudoso de  uma época que não volta mais", avalia a curadora da exposição 50 Anos de  Desenvolvimento Nacional, Maria do Carmo Rainho, coordenadora de pesquisa e  difusão cultural do Arquivo Nacional.
 
"Apesar de acontecer no salão do Banco Nacional de  Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), marcando o início das festividades  de 50 anos da instituição, a exposição não tem o único objetivo de enaltecer o  papel do banco oficial. Nos textos e fotos é possível encontrar uma ligação  entre o economês e a história. Está lá, por exemplo, uma panorâmica do  Rio dos anos 60, com o Pão de Açúcar, no lançamento do carro Juscelino  Kubitschek. Com uma modelo vestida ao melhor estilo da época. Ou aeromoças da  Panair mostrando detalhes do vôo do DC-7, que ligava o Brasil à Europa. Há  algumas fotos históricas, como o comício do ex-presidente João Goulart na  Central do Brasil.
 
Mudanças - "Tentamos fazer um  resumo do que houve de mais relevante na história econômica de cada período",  explica Maria do Carmo Rainho. Fatos e histórias que podem encher os olhos,  tanto de estudantes como de quem viveu essa época. Também é possível olhar a  exibição como um passeio pela economia brasileira em 50 anos. Como a  apresentação do primeiro automóvel fabricado no Brasil. A intenção é mostrar as  diferentes fases: do Brasil agrícola ao país que começou a se industrializar no  pós-guerra, até mergulhar em uma profunda crise a partir dos anos  80.
 
O economista Reinaldo Gonçalves, professor da  Universidade Federal do Rio de Janeiro, acompanhou recentemente a performance  dos presidentes da República até hoje. E constatou que a crise econômica atual -  com baixa distribuição de renda, dependência do capital externo e crescimento  pífio - vem de longas datas.
 
"Os melhores resultados foram obtidos pelos  herdeiros de Getúlio Vargas, como Eurico Dutra e Café Filho", explica o  economista. Na lista dos maiores crescimentos médios também o governo do General  Médici, nos tempos de ditadura militar.
 
O ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis  Velloso viveu os últimos 50 anos de desempenho econômico. Não chega, porém, a  fazer um saldo final negativo. "A economia brasileira foi atropelada por vários  fatores, inclusive crises externas. Mas piorou mesmo por conta de idéias  malucas, de que choques iriam resolver tudo. Na média, a performance até que foi  bem razoável", avalia Reis Velloso.
 
A exposição reúne 84 fotos - quase todas do acervo  do Arquivo Nacional - em tamanho gigante e estará aberta no espaço cultural do  BNDES (Avenida Chile 100, Centro), de segunda a sexta, das 10h às 18h, até o dia  10 de maio.



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