Os jogos inaugurais e a Copa do Mundo

Depois de muita confusão, devido à grandiosidade do empreendimento, o Maracanã foi inaugurado. Milhares de pessoas vestiram seus melhores trajes e foram para o lugar onde era o antigo Derby Clube. O maior estádio do mundo, umas das grandes obras vistas no país até então, abria as portas para o seu principal astro: o torcedor. O jogo inaugural, e não-oficial, foi entre a Seleção de Novos do Rio e Seleção de Novos de São Paulo. O grande Didi, que mais tarde seria o autor da famosa batida de falta "Folha Seca", abriu, pela primeira vez na história, o placar do Maraca. A seleção carioca saía na frente, mas os paulistas ganharam a partida por 2 a 1. 
A Copa de 50 é um capítulo à parte - o estádio foi construído para sediar o evento. Após 12 anos sem Copas do Mundo, por causa da Segunda Guerra Mundial, os brasileiros teriam a honra de realizar a competição. O primeiro jogo oficial, que era também a abertura da Copa, foi entre a Seleção Brasileira e a Mexicana. A equipe local não decepcionou a torcida. Arrasou o México por 4 a 0, com gols de Ademir Menezes, Jair e Baltazar. O time do Brasil chegou à final da competição após uma campanha irretocável.
O que ninguém podia imaginar é que a seleção, precisando apenas de um empate para levar o título, perderia o jogo para o Uruguai. O placar marcava 1 a 0 para o Brasil e os donos da casa dominavam a partida, quando Obidúlio Varela, capitão da equipe uruguaia, deu um tapa no rosto de Bigode, lateral esquerdo do Brasil. Com a típica malícia dos jogadores dos países platinos, Obidúlio disse para o ponta-direita Gighia forçar o jogo em cima de Bigode, que já estava intimidado. Ainda no primeiro tempo, Esquiafino, ponta de lança da celeste, igualou o placar. Gighia começou a acostumar Barbosa, o goleiro brasileiro, fazendo sempre a mesma jogada. Chegava pelo lado direito e cruzava para a área; Barbosa pegava. Até que, aos 35 minutos do segundo tempo, ao invés de cruzar, bateu direto para o gol e Barbosa aceitou. O pobre goleiro passaria o resto da vida como bode expiatório da derrota do Brasil. O estádio ficou em silêncio após o último gol do Uruguai. O fosso que separa a geral do gramado ficou cheio até a borda. Eram rojões, bombas e foguetes intactos, jogados pelos brasileiros enquanto saíam de cena derrotados. O Maracanã chorou com o mais importante e triste jogo de sua história.

Ainda na década de 50, o estádio assistiria ao primeiro tricampeonato de uma equipe em seu gramado. O Flamengo ganhou os Campeonatos Estaduais de 1953, 1954 e 1955. Mas os vascaínos não precisam ficar com inveja. A equipe de São Januário foi a primeira a dar a volta olímpica no Maraca, em 1950.



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