Gelson Farolfi Pena Vila

"NÃO SUBI A DO PLANALTO MAS SUBI A DO BNDES"

Antes de entrar para o Banco, quando no período de seleção, eu precisava fazer um teste datilográfico - parte do processo seletivo, no Rio de Janeiro, às 17 horas, e estava em Novas Águas de Lindóia - SP, naquele fatídico Sábado. Fatídico porque eu estava nada mais nada menos, a aproximadamente 9 horas de viagem do local onde o teste seria realizado, participando de um treinamento intensivo pela empresa onde então trabalhava, com término às 12 horas desse dia. Eu só tinha uma alternativa: após as aulas, eu teria que pegar um ônibus até a capital, que levaria em torno de 2 horas e depois pegar a ponte aérea, para o Rio. E foi o que fiz. Cheguei em cima da hora para a realização do teste. Mas, por sorte, ele tinha sido adiado para um outro dia, sem data definida, tendo em vista a desorganização da empresa que o realizaria. A entrada de inscritos tinha sido muito grande e tumultuada e falava-se até em elevador que tinha caído. Sorte. Volto eu para S.Paulo, via ponte aérea. Chegando em São Paulo consegui, ainda, pegar o último ônibus - executivo, para a cidade Novas Águas... .

Eu não podia me ausentar dessa cidade, pois estava fazendo um curso intensivo, e, ao chegar ao hotel, qual foi a minha surpresa: tinham me remanejado de apartamento, pois um problema hidráulico tinha inundado o banheiro da suíte que antes ocupava. E todos do meu grupo, 18 pessoas, estavam preocupados com o meu sumiço.

Final da história: aleguei que estava passeando pela região, em um ônibus circular e aí adormeci. Quando acordei já era um pouco tarde.

Mas, além dos sustos, se descumprisse com as normas da empresa que estava financiando todos os meus treinamentos, receberia um bilhete azul. Tive muita sorte.

E valeu o aperto e os custos efetuados, pois não poderia ter desperdiçado a chance, de concorrer a uma vaga no concurso do Banco.

Quando a gente quer uma coisa e tem muita força de vontade, e com um pouco de ajuda divina, acaba dando tudo certo.

Um outro fato curioso também ocorreu, após o processo seletivo. Quando fui verificar os classificados pelo jornal, tínhamos algo em torno de nove colunas, com cem números em cada uma delas. E, ao procurar pelo meu número de inscrição, comecei a procurar pela primeira coluna, na vertical. Após verificar três colunas, não olhei com muito afinco a quarta e assim sucessivamente, até desistindo de procurar. Fiquei muito chateado. Tinha certeza, que se tivesse errado uma questão de Matemática era muito, e em Português, tinha feito mais do mínimo necessário para minha classificação. Como não consegui achar o meu número na relação? Por que não fui classificado?

Fiquei com aquilo martelando minha cabeça por uma semana.

Não me dando por satisfeito, fui à FESP, organizadora do concurso, em Botafogo, e falei com um senhor do processo seletivo. Expliquei a ele que não tinha achado o meu número na publicação e não sabia o porquê, pois certeza eu tinha de ter sido classificado.

Quando lhe informei o meu número, ele o mostrou logo na 5ª coluna, em cima de tudo, dizendo que eu estava entre os primeiros e tinha sido até muito bem classificado. Deveria ter iniciado a minha busca pela horizontal.

Eu era pura alegria. Era como se tivesse renascido. Fiquei pasmo e boquiaberto e saí que nem um bêbado, tropeçando nas pernas e rindo de felicidade, falando com as pessoas pela rua, algumas até talvez me achando doido.

Aí, cumpridas todas as etapas de seleção, graças a Deus consegui entrar para o BNDES, em um FELIZ DIA 13 DE JUNHO DE 1983. A partir daí, 13 passou a ser o meu número de sorte, dia em que realizei esse meu grande sonho.

E o sonho continuará, se a partir de 13 de abril de 2002, essa história for motivo de um novo sonho!



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